Não chega a ser novidade que toda mulher grávida ‘come por dois’. No entanto, o importante não é quantidade, mas sim a qualidade dos alimentos consumidos pela gestante. Afinal, em cada trimestre da gestação, alguns nutrientes tornam-se fundamentais para o crescimento do bebê.
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No três primeiros meses, há uma grande necessidade de ácido fólico e de outras vitaminas do complexo B. Isso porque durante as 12 primeiras semanas, 70% dos nutrientes fornecidos ao bebê contribuem para o crescimento cerebral e o desenvolvimento neurológico.
Já no segundo trimestre, a mulher deve consumir uma quantidade maior de fibras para evitar a constipação. O ferro é também importante porque o volume de sangue aumenta 50%, ou mais, durante a gestação. Se o nível de ferro não corresponder a esse crescimento, pode ocorrer anemia na futura mamãe.
No terceiro trimestre, o foco muda para o cálcio e os ácidos graxos poliinsaturados, como o ômega-3. O cálcio ajuda no desenvolvimento dos dentes e ossos do bebê, além de ser um importante elemento na prevenção da pré-eclâmpsia (doença caracterizada por hipertensão e inchaço que afeta a mãe durante a gravidez). Já o ômega-3 é essencial para o desenvolvimento da visão e do sistema neurológico infantil. Frango, carne vermelha, fígado, queijo, ovo, cenoura, ervilhas, verduras verde-escuras (como brócolis e couve), proteína de soja, damasco, nozes e cacau são alguns alimentos que não podem faltar na mesa da gestante.

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Peso ideal
Segundo Thatiana Cristina Bernardo, nutricionista do Serviço Técnico de Nutrição e Dietética da Faculdade de Medicina da Unesp, as gestantes de baixo peso podem ganhar em torno de 15 kg; as de peso adequado, entre 10 a 12 kg; e as com sobrepeso ou obesas, entre 6 e 7 kg. Já a gestação de gêmeos leva ao aumento de 15 a 20 kg. ‘Quando uma grávida aumenta muito de peso, a saúde da dupla mãe-filho entra em perigo. Cada caso deve ser analisado de forma individual. Porém, a futura mamãe não deve engordar mais que 12 quilos. O excesso de peso aumenta os riscos da gestante ter diabetes, hipertensão, pré-eclâmpsia, além de inúmeras outras complicações obstétricas’, afirma.
Náuseas
As náuseas e os vômitos são sintomas mais comuns do início da gravidez, desaparecendo normalmente quando termina o primeiro trimestre. Esses sintomas são mais intensos pela manhã e costumam piorar com cheiros (de alimentos, cigarro, etc) e paladar (pasta de dente, doces, alimentos específicos, variando para cada gestante).
Para evitar esses sintomas não é recomendável fazer jejuns prolongados e comer frituras e alimentos condimentados.
É liberado o consumo de alimentos secos (pão ou torrada), ricos em carboidratos, de fácil digestão e fonte de energia. Recomenda-se ainda que a gestante tome bastante líquido, de preferência gelado.
Uma boa opção para os enjôos são os sucos de frutas de sabor ácido como laranja, limão e abacaxi. ‘Caso essas medidas não melhorem as náuseas e os vômitos, a gestante deve conversar com seu médico ou nutricionista. Ele poderá avaliar a necessidade de medicamentos ou outras condutas que ajudem a gestante a conseguir uma nutrição adequada no início e durante a gestação’, explica Thatiana.
Constipação
Constipação é a dificuldade ou diminuição do número de evacuações. É um problema freqüente nas mulheres e que ocorre em cerca de 50% das gestantes. ‘As mulheres grávidas ficam constipadas devido ao aumento dos níveis de progesterona, que faz com que a função intestinal fique mais lenta. Devido as vitaminas utilizadas na gravidez, principalmente aquelas que contém ferro. Os antiácidos a base de carbonato de cálcio ou suplementos minerais que contém cálcio também podem prender o intestino. Devido ao crescimento do útero, que pode comprimir o intestino dificultando a passagem das fezes’.
E como fazer para evitar a constipação? Para melhorar ou prevenir é necessário que a grávida faça exercícios regulares; beba bastante líquido; aumente a fibra da dieta comendo mais vegetais, frutas e cereais; reserve o momento de ir ao banheiro estabelecendo um horário de rotina. ‘Algumas medicações podem ser utilizadas durante a gravidez. De qualquer modo, não tome nenhum sem antes consultar o seu médico’, diz a nutricionista.
Atividades permitidas
E quais atividades físicas a grávida pode fazer? De acordo com Thatiana, nos primeiros três meses de gravidez, não é recomendado nenhum tipo de atividade física, somente a partir do quarto mês, os exercícios estão liberados, mas com algumas recomendações.
As atividades físicas mais recomendadas às mulheres grávidas são:
Caminhada: É muito bom para a preparação do parto, já que melhora a capacidade cardio-respiratória e favorece o encaixe do bebê na bacia da mãe. O ideal é caminhar 3 vezes por semana, por 30 minutos.
Natação: Trabalha bastante a musculatura. Atenção: apenas algumas modalidades são liberadas durante a gestação.
Hidroginástica: São os mais indicados para as gestantes.
Alongamento: Ajuda a manter a musculatura relaxada e ajuda no controle da respiração.
Serviço:
Unesp – Botucatu
Site: http://www.fmb.unesp.br